Diário Estoico – 11 de fevereiro

HERÓI OU NERO?

 Nossa alma às vezes é um rei, outras vezes, um tirano. Um rei, cuidando do que é honroso, protege a boa saúde do corpo e não lhe dá nenhuma ordem vulgar ou sórdida. Mas uma alma descontrolada, alimentada pelo desejo, mimada, é transformada de um rei naquilo que é mais temido e detestado — um tirano. 

Sêneca, Cartas morais, 114.24

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Há aquela máxima de que o poder corrompe. À primeira vista, é verdade. Nero, o pupilo de Sêneca, com sua sequência de crimes e assassinatos, é um exemplo perfeito. Outro imperador, Domiciano, baniu arbitrariamente todos os filósofos de Roma (Epicteto foi obrigado a fugir por causa disso). Muitos dos imperadores de Roma foram tiranos. Contudo, não muitos anos depois, Epicteto se tornaria amigo íntimo de outro imperador, Adriano, que ajudaria Marco Aurélio a ascender ao trono, um dos mais verdadeiros exemplos de um sábio rei-filósofo.

Portanto não é tão claro que o poder sempre corrompa. De fato, parece que a questão se resume, sob muitos aspectos, à força interior e à autoconsciência de indivíduos — o que eles valem, que desejos controlam, se sua compreensão de equidade e justiça se contrapõe às tentações de riqueza e deferência ilimitadas.

O mesmo se aplica a você. Tanto pessoal quanto profissionalmente. Tirano ou rei? Herói ou Nero? Qual você será?

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