Diário Estoico – 15 de janeiro

A PAZ ESTÁ EM MANTER O RUMO

 A tranquilidade não pode ser conquistada exceto por aqueles que alcançaram uma capacidade de julgamento constante e firme — os demais vão e vêm em suas decisões, oscilando entre um estado de rejeição e de aceitação das coisas. Qual é a causa desse vai e vem? É que nada está claro e eles dependem do mais incerto dos guias: a opinião comum. 

Sêneca, Cartas morais, 95.57B-58A

Em seu ensaio sobre a tranquilidade, Sêneca usa a palavra grega euthymia, que ele define como “acreditar em si mesmo e confiar que está no caminho correto, e não duvidar disso, ao seguir a miríade de trilhas daqueles que vagam em todas as direções”. É esse estado da mente, diz ele, que produz tranquilidade.

A clareza de visão nos permite ter essa crença. Isso não quer dizer que vamos sempre estar 100% certos de tudo, nem que deveríamos estar. Em vez disso, trata-se de que estejamos seguros de que rumamos, em geral, na direção certa — seguros de que não precisamos nos comparar o tempo todo a outras pessoas ou mudar de ideia a cada três segundos com base em informações novas.

Ao contrário, encontramos tranquilidade e paz quando identificamos nosso caminho e aderimos a ele: manter o curso, naturalmente fazendo ajustes aqui e ali, mas ignorando as sereias que cantam para nos distrair e nos fazer virar em direção aos rochedos.

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