Diário Estoico – 6 de fevereiro

NÃO PROCURE LUTA

 Não concordo com aqueles que mergulham de cabeça no meio da inundação e que, aceitando uma vida turbulenta, enfrentam diariamente com grande disposição de espírito circunstâncias difíceis. A pessoa sensata suportará isso, mas não por decisão própria — ela escolherá estar em paz, não em guerra. 

Sêneca, Cartas morais, 28.7

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Tornou-se um clichê citar o discurso de Theodore Roosevelt “O homem na arena”, que idolatra “aquele cujo rosto está sujo de poeira, suor e sangue; que luta com valentia…”, comparado com o crítico que fica sentado no canto. Roosevelt fez esse discurso pouco depois de deixar o cargo, no auge de sua popularidade. Em poucos anos, ele iria se opor a um antigo protegido seu numa tentativa de recuperar a Casa Branca, sofrendo uma derrota fragorosa e quase sendo assassinado. Ele também quase morreria durante uma exploração de um rio na Amazônia; mataria milhares de animais em safáris africanos e tempos depois suplicaria a Woodrow Wilson que permitisse que se alistasse na Primeira Guerra Mundial, apesar de ter 59 anos. Ele iria fazer muitas coisas que, agora, parecem um tanto desconcertantes.

Theodore Roosevelt era de fato um grande homem. Mas era também movido por uma compulsão, um vício em trabalho e em manter-se ativo que parecia sem fim. Muitos de nós compartilhamos dessa aflição, ser movidos por algo que não podemos controlar. Temos medo de ficar parados, por isso procuramos luta e ação como uma distração. Escolhemos estar em guerra — em alguns casos, literalmente — quando a paz é, na verdade, a mais honrosa e adequada escolha.

Sim, o homem na arena é admirável. Assim como o soldado, o político, a mulher de negócios e todas as outras ocupações. Mas, e este é um grande mas, somente se estivermos na arena pelas razões corretas.

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