MENOS É MAIS
Não ajas de má vontade, com egoísmo, sem a devida diligência ou apenas para contrariar. Não floreies demais teu pensamento com linguagem rebuscada. Não sejas uma pessoa de palavras e ações além do necessário […] Sê alegre, não querendo ajuda externa ou o alívio que outros poderiam trazer. Uma pessoa precisa ficar de pé por conta própria, e não ser escorada.
Marco Aurélio, Meditações, 3.5
Na maior parte das áreas da vida, o dito popular “Menos é mais” permanece verdadeiro. Por exemplo, os escritores que admiramos tendem a ser mestres de economia e brevidade. O que eles excluem é tão importante — e às vezes mais — do que o que incluem. Há um poema de Philip Levine intitulado “He Would Never Use One Word Where None Would Do” [Ele nunca usaria uma palavra onde nenhuma bastaria]. E de Hamlet, o melhor de todos — a réplica da rainha Gertrudes após um longo e retórico discurso de Polônio: “Mais substância com menos arte”, ela lhe diz. Vá direto ao ponto!
Imagine o imperador de Roma, com sua audiência cativa e poder ilimitado, dizendo a si mesmo para não ser uma pessoa de “palavras e ações demais”. Não deixe de se lembrar disso da próxima vez que você se sentir voluntarioso ou meio convencido, da próxima vez que se sentir tentado a impressionar as pessoas.