NÃO SEJA INSPIRADO, SEJA INSPIRADOR
Produzamos também algum ato audacioso — e ingressemos nas fileiras dos mais emulados.
Sêneca, Cartas morais, 98.13B

Era comum nos tempos gregos e romanos, tal como é agora, que políticos bajulassem seu público. Eles dispensavam elogios efusivos à multidão, a seu país, a vitórias militares fascinantes do passado. Quantas vezes você ouviu um candidato político dizer “Este é o melhor país na história do mundo”? Como o orador Demóstenes ressaltou, passaremos com prazer horas sentados para ouvir um orador que se posta diante de algum marco famoso ou sagrado “louvando [nossos] ancestrais, descrevendo suas proezas e enumerando seus troféus”.
Mas o que essa bajulação produz? Nada. Pior, a admiração de galardões lustrosos nos distrai de seu verdadeiro propósito. Além disso, como Demóstenes explica, ela trai os próprios ancestrais que nos inspiram. Ele concluiu seu discurso para o povo ateniense com palavras que Sêneca iria mais tarde ecoar e as quais ainda ressoam séculos depois. “Refleti, portanto”, disse ele, “que vossos ancestrais ergueram esses troféus não para que possais contemplá-los maravilhados, mas para que possais também imitar as virtudes dos homens que os ergueram”.
O mesmo se aplica às citações neste livro e a outras palavras inspiradoras que você possa ouvir. Não as admire apenas. Use-as. Siga-lhes o exemplo.