Diário Estoico – 20 de Julho

FEITOS PARA A JUSTIÇA

 A pessoa injusta age contra os deuses. Pois, na medida em que a natureza do universo fez criaturas racionais para o benefício umas das outras, com um olho voltado para o benefício mútuo baseado em valor verdadeiro e nunca para o dano, qualquer pessoa que viole a vontade da natureza agirá, obviamente, contra os mais antigos dos deuses. 

Marco Aurélio, Meditações, 9.1.1

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Dizemos dos atos mais hediondos que eles são crimes contra a natureza. Consideramos que certas coisas são uma afronta contra a humanidade, dizendo: “Isso viola tudo aquilo que prezamos.” Por mais que difiramos em religião, criação, política, classe ou gênero, podemos chegar a um acordo sobre isso.

Por quê? Porque nosso senso de justiça está profundamente arraigado. Não gostamos quando pessoas furam a fila; não gostamos de aproveitadores; aprovamos leis que protegem os indefesos; e pagamos nossos impostos, concordando, em parte, em redistribuir nossa riqueza para os necessitados. Ao mesmo tempo, quando pensamos que podemos nos safar, talvez tentemos trapacear ou infringir as regras. Para parafrasear o técnico Bill Walsh, quando deixados por nossa conta, muitos de nós, fazemos como um curso d’água: procuramos um terreno inclinado.

O essencial, portanto, é sustentar nossa inclinação natural para a justiça com limites e compromissos firmes — abraçar “os melhores anjos de nossa natureza”, como Lincoln exortava uma nação irada e dividida a fazer.

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