Diário Estoico – 15 de abril

PAGUE SEUS IMPOSTOS

 Nada jamais me acontecerá que eu vá receber com tristeza ou mau humor. Pagarei meus impostos com boa vontade. Então, todas as coisas que causam queixa ou medo são como os impostos da vida — coisas das quais, meu caro Lucílio, nunca deverias fugir ou esperar isenção. 

Sêneca, Cartas morais, 96.2

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Quando chega a hora de pagar seus impostos, talvez você, como muitas pessoas, reclame. Quarenta por cento de tudo que ganhei vai para o governo? Por quê?

Em primeiro lugar, o valor dos impostos vai para muitos programas e serviços que você provavelmente dá por certos. Segundo, você acha que é especial? As pessoas reclamam dos impostos há milhares de anos, e boa parte delas agora está morta. Supere. Terceiro, esse é um bom problema para se ter. Muito melhor que, digamos, ganhar tão pouco que não sobra nada para quitar os impostos ou viver numa anarquia e ter de pagar por cada serviço básico numa luta contra a natureza.

Mais importante: impostos sobre a renda não são os únicos que você paga na vida. Eles são os de natureza financeira. Há um tributo associado a tudo que fazemos. Ter de fazer hora é um imposto que você paga quando viaja. Rumores e fofocas são um imposto que se paga quando se é conhecido publicamente. Desentendimentos e uma ou outra frustração são impostos cobrados até nos relacionamentos mais felizes. O roubo é um imposto sobre a abundância e a posse de coisas que outras pessoas querem. Estresse e problemas são tarifas que vêm associadas ao sucesso. E assim por diante.

Há impostos de muitas naturezas na vida. Você pode brigar, pode fazer um grande — e inútil — esforço para escapar deles, ou simplesmente pagá-los e aproveitar os frutos daquilo que consegue guardar.

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