Diário Estoico – 5 de junho

ASSOE O PRÓPRIO NARIZ

 Clamamos a Deus todo-poderoso, como podemos escapar desta agonia? Tolo, tu não tens mãos? Ou poderia Deus ter se esquecido de te dar um par? Senta-te e reza para que teu nariz não escorra! Ou melhor, limpa teu nariz e para de procurar um bode expiatório. 

Epicteto, Discursos, 2.16.13

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O mundo é injusto. O jogo foi fraudado. Alguém está perseguindo você. Talvez essas teorias sejam verdadeiras, mas na prática — para o aqui e agora — de que elas lhe adiantam? Aquele relatório do governo ou aquele artigo solidário não vão pagar as contas, ou reabilitar sua perna quebrada, ou encontrar aquele empréstimo a curto prazo de que você precisa. Sucumbir à autopiedade e à narrativa “ai de mim” não resolve nada; nada exceto solapar a motivação e a energia de que você precisa para fazer alguma coisa em relação ao seu problema.

Temos uma escolha: nos concentrar na maneira como fomos injustiçados ou usar aquilo que nos foi dado e trabalhar. Vamos esperar alguém para nos salvar ou vamos ouvir o apelo fortalecedor de Marco Aurélio: “Empenha-te em tua própria salvação — se te preocupas contigo mesmo — e faz isso enquanto podes”? Isso é melhor do que apenas assoar o próprio nariz (o que é em si mesmo um passo à frente).

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